Dengue e odontologia: Principais manifestações orais da dengue e como orientar seu paciente

Eloise Klemp
julho 17, 2025
Tempo de leitura: 7 minutos.
Atendimento ao Paciente, Software Clinicorp
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Dengue e odontologia. Imagem ilustrativa de um dentista ao lado do mosquito-da-dengue, cavidades orais com manifestações da doença e mucosas contaminadas.
Reconhecer manifestações orais da dengue na odontologia pode evitar agravamentos e salvar vidas.

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Síntese do artigo

Lesões orais como sangramentos gengivais, petéquias e úlceras podem ser sinais iniciais de dengue na odontologia, e devem ser reconhecidas por cirurgiões-dentistas. Esses achados, somados a um histórico clínico compatível, exigem atenção redobrada e encaminhamento médico imediato.

Continue a leitura e entenda melhor. 

Introdução

A dengue é uma das doenças virais mais prevalentes do Brasil, com impactos crescentes na saúde pública. Diante de sua evolução clínica, a atuação de diversos profissionais da saúde torna-se indispensável. É neste contexto que surge a relevância da relação entre a dengue e odontologia. 

Embora pouco discutida, essa conexão envolve o papel estratégico do dentista na identificação de sinais orais da doença. A cavidade bucal pode apresentar manifestações precoces que, quando reconhecidas, contribuem para um diagnóstico ágil e encaminhamento adequado. 

Neste blog, exploraremos como a dengue e odontologia se interligam na prática clínica, abordando os principais sinais orais da doença e orientações seguras para o atendimento odontológico. 

Boa leitura! 

Leia também: Odontogeriatria: tudo que você precisa saber sobre essa especialização.

Dengue e odontologia: qual a relação?

A dengue é uma doença viral aguda, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, com ampla distribuição no Brasil e picos sazonais recorrentes. Sua apresentação clínica varia de quadros leves a formas graves, com manifestações hemorrágicas e comprometimento sistêmico, exigindo vigilância em todos os níveis de atenção à saúde.

Em casos de infecção, a odontologia desempenha um papel estratégico e, muitas vezes, subestimado. A relação entre a dengue e odontologia se estabelece na capacidade do dentista de identificar manifestações orais que podem representar sinais da doença. 

Portanto, a atuação do dentista vai além do atendimento convencional. Como profissional da saúde capacitado para o exame completo de cavidade bucal, ele integra a rede de triagem clínica e pode contribuir bastante para a identificação precoce de doenças sistêmicas. 

A dengue e odontologia também se conectam por meio da responsabilidade ambiental do consultório odontológico. Clínicas e consultórios de todos os tamanhos devem adotar rotinas de inspeção e eliminação de possíveis focos do mosquito, como bandejas de água parada, plantas mal cuidadas e reservatórios externos. 

Quais são as principais manifestações orais da dengue?

As manifestações da dengue, embora não sejam exclusivas, podem funcionar como sinais de alerta clínico importantes quando associadas a sintomas sistêmicos típicos da doença. O dentista, ao realizar a anamnese, exame intraoral e a avaliação odontológica, deve estar atento a alterações mucosas que fogem do padrão habitual. 

Entre os principais sinais clínicos observados em quadros de dengue e odontologia, destacam-se: 

  • Petéquias: pequenos pontos vermelhos em mucosas, principalmente na região do palato. 
  • Sangramento gengival espontâneo: pode ocorrer mesmo em pacientes sem sinais de gengivite, indicando possível comprometimento da coagulação sanguínea. 
  • Úlceras ou lesões orais inespecíficas: geralmente dolorosas, podem surgir em diferentes regiões da boca. 
  • Halitose e gosto metálico: resultado da inflamação local e da presença de lesões ulceradas. 
  • Xerostomia e redução do fluxo salivar: sintomas que impactam o conforto do paciente e função protetora da saliva. 

Entender essa interface entre dengue e odontologia amplia o papel do dentista na identificação precoce de doenças sistêmicas, especialmente na periodontia. Reconhecer sinais bucais da dengue fortalece a atuação clínica integrada e reforça a importância da odontologia na vigilância epidemiológica e no cuidado ampliado à saúde. 

Como orientar o paciente com suspeita ou diagnóstico de dengue

Diante de um paciente com sinais de dengue, o dentista deve adotar uma postura cautelosa, centrada na segurança do paciente e equipe. A conduta odontológica em casos de dengue deve priorizar a triagem, orientação e decisão clínica responsável, com foco na não realização de intervenções desnecessárias durante o período agudo da doença. 

O dentista pode atender um paciente com dengue? 

Sim, o dentista pode realizar atendimentos em casos leves e não invasivos, mas procedimentos eletivos devem ser adiados — principalmente os que envolvem intervenções cirúrgicas, uso de anestésicos locais ou qualquer risco de sangramento. 

Afinal, a dengue e odontologia comprometem a coagulação sanguínea, o estado geral do paciente e a resposta inflamatória, o que pode agravar o quadro da infecção. 

Algumas condutas recomendadas na dengue e odontologia, são: 

  • Adiar processos eletivos e invasivos até a completa recuperação do paciente, preferencialmente após liberação médica. 
  • Evitar o uso de anestésicos com vasoconstritores sem avaliação médica prévia, especialmente em pacientes com sinais sistêmicos de dengue. 
  • Encaminhar o paciente para avaliação médica imediata, caso os sintomas sejam compatíveis com dengue ou se houver piora clínica durante a consulta. 

Orientações práticas ao paciente

Durante o atendimento, o dentista deve reforçar orientações claras, especialmente quando o paciente ainda não buscou atendimento médico. 

É fundamental alertá-lo sobre sintomas que justificam a ida imediata ao pronto-atendimento, como febre persistente, dor abdominal intensa e sangramentos espontâneos. 

Também, o paciente deve ser abordado quanto aos cuidados com a higiene oral durante episódios febris ou hemorrágicos, incentivando o uso de escovas com cerdas macias, boa hidratação e uma higiene bucal suave, evitando traumatismos em mucosas fragilizadas. 

Além isso, é essencial orientar o paciente a evitar a automedicação, em especial o uso de anti-inflamatórios e AINEs, que podem aumentar o risco de sangramento. 

Envolvimento da equipe da clínica

É fundamental que toda a equipe da clínica esteja alinhada quanto às condutas e saiba como orientar o paciente com segurança e empatia em casos de emergências odontológicas. Recepcionistas, auxiliares e outros colaboradores devem ser capacitados para identificar sinais de alerta e conduzir a comunicação de forma assertiva. 

Ao adotar essas condutas, o dentista fortalece a relação entre dengue e odontologia, assumindo uma postura proativa na segurança do paciente e contribuindo com a rede de atenção à saúde. 

Conclusão

A intersecção entre a dengue e odontologia evidencia a importância do olhar atento do dentista para além das queixas locais. Ao reconhecer manifestações orais que podem sinalizar infecções sistêmicas, o profissional amplia sua atuação no cuidado integral à saúde e fortalece sua atuação como parte da linha de frente na triagem clínica. 

Mais do que adiar procedimentos, é fundamental saber orientar o paciente, reforçar condutas seguras e garantir que toda a equipe esteja alinhada. Na dengue e odontologia, contar com o suporte de ferramentas digitais adequadas faz toda a diferença — um bom sistema de gestão permite registrar achados clínicas com precisão, por exemplo. 

Ao integrar conhecimento clínico com atenção epidemiológica, a odontologia contribui significativamente no enfrentamento da dengue. Essa postura proativa reforça o compromisso do dentista com a saúde coletiva e com a excelência no cuidado integral. 

O que aprendemos neste artigo?

Esta seção visa reforçar os principais pontos abordados ao longo do conteúdo, facilitando a fixação das informações e auxiliando na aplicação prática no dia a dia clínico.

Quais são os principais sinais da dengue que podem aparecer na boca do paciente?

Petéquias, sangramento gengival espontâneo, úlceras ou lesões inespecíficas, halitose, gosto metálico, xerostomia e desconforto oral.

O dentista pode atender um paciente com suspeita ou diagnóstico de dengue?

Sim, desde que não se trate de procedimentos invasivos ou eletivos.

Como o cirurgião-dentista deve orientar o paciente com manifestações orais da dengue?

O cirurgião-dentista deve alertar sobre os sintomas que exigem pronto-atendimento, reforçar cuidados com a higiene oral durante o período febril, evitar traumas em mucosas e orientar contra a automedicação.

Qual é o papel da odontologia na prevenção e combate à dengue?

A odontologia atua na identificação precoce de sinais bucais, no encaminhamento clínico adequado e também como agente comunitário de prevenção.

Na dengue e odontologia, o Clinicorp atua como uma parceria estratégia para clínicas que buscam excelência operacional e segurança clínica, inclusive em situações como as relacionadas à dengue. 

Ao lado de um bom software odontológico e soluções inteligentes, como prontuário eletrônico e ficha de pacientes, ajudamos dentistas a se prepararem melhor para orientar seus pacientes e enfrentarem, com eficiência, os desafios da integração entre dengue e odontologia. 

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Eloise Klemp

Redatora na Clinicorp e estudante de Publicidade e Propaganda, com formação complementar em marketing digital e redação criativa. No tempo livre, entusiasta de café sem açúcar e heavy metal.

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