Odontofobia: O que é e como ajudar o paciente
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Odontofobia: o que é e como ajudar seu paciente

Atualizado: 19 de mai. de 2023

A odontofobia, ou fobia de ir ao dentista, é um sentimento de bloqueio relacionado à experiências pessoais, que provavelmente ocorreram durante a infância e que fazem com que o paciente não vá ao dentista.

Paciente com odontofobia com expressão assustada em um consultório odonológico
Saiba o que é Odontofobia e como lidar com um paciente que sofre desse trauma

Você já enfrentou alguma situação de odontofobia? Qual foi sua reação, estava preparado?


Ter medo de ir ao dentista é algo normal e compreensível, para se ter uma ideia, um estudo da British Dental Journal indicou que a estimativa é que 10% da população mundial sofre com a Odontofobia.


Nos dias de hoje, na rotina de um dentista, é muito comum ter que lidar com esse tipo de problema. O medo de dentista, por mais que muitos pensem ser algo normal, pode se tornar um problema a longo prazo. Afinal, os pacientes podem deixar de ir ao consultório, causando estragos à própria saúde bucal.


A odontofobia é um assunto muito mais sério e pode trazer várias consequências, por isso, é essencial saber lidar com este tipo de situação e auxiliar os pacientes a lidarem com seus traumas da melhor forma possível.


Neste blog você verá:

Quer saber como? Para garantir um atendimento seguro e eficaz em seu paciente com odontofobia, continue a leitura!


O que é odontofobia?


A ansiedade de ir ao dentista é comum em muitas pessoas, mas quando esse sentimento se torna um pavor intenso, damos o nome de odontofobia.


Podemos descrever que são os pacientes que não conseguem cogitar em ir a uma clínica odontológica, mesmo quando é um tratamento importante. Em seus sintomas pode-se mencionar o desmaio, ansiedade extrema, tremores e até ataques de pânico.


Esse medo resulta de uma sensação de perigo, que está diretamente vinculada ao seu instinto de sobrevivência. Pacientes com esses atributos têm fobia de qualquer objeto ou situação relacionados ao dentista.


Porém, permanecer nesse medo pode trazer consequências ainda piores, fazendo com que problemas simples se agravem, necessitando de procedimentos mais elaborados.


Por que é importante identificar pacientes com odontofobia?


Dar a devida atenção ao paciente focando na diminuição da sensação de medo é fundamental, não apenas pelo seu bem-estar, mas pelos efeitos que os altos níveis de estresse geram durante uma consulta odontológica.


Um paciente ansioso, com medo e tenso, pode ter, por exemplo, a tolerância à dor diminuída, sendo necessário uma dosagem de medicamentos contra a dor. Lembrando que, corpo e mente caminham de mãos dadas, se a mente não está bem, isso será retratado no corpo.


Portanto, é muito importante que o dentista saiba identificar, reconhecer e lidar da melhor forma possível com essa fobia, uma vez que ele certamente vai se deparar com vários pacientes que sofram de algum grau de fobia de ir ao dentista.


Nestes casos, podem existir traumas ou ligação com as seguintes situações:

  • Relatos negativos já presenciados durante alguma consulta;

  • Pavor de sangue, dor ou cirurgias;

  • Traumas de infância;

  • Exposição de experiências de outras pessoas.

Obter o conhecimento sobre essa situação e a compreensão de como gerenciá-la de forma humana é certamente um dos primeiros passos para criar uma relação próxima com seus pacientes.

Saiba mais sobre odontologia humanizada clicando no artigo: Odontologia Humanizada: o conceito de atendimento centrado no paciente


5 sintomas mais comuns da Odontofobia


Quando o paciente possui a fobia de dentista, é habitual apresentar alguns aspectos, que supostamente são identificados pelo profissional. Isso porque é comum que o paciente fique quieto, comece a transpirar, sinta náuseas e até mesmo, caia no choro.

Até mesmo em casos mais graves, o paciente pode desenvolver ataques de pânico ou gritar durante a consulta. Vamos conferir os principais sintomas e como identificá-los.


1. Problemas para dormir na noite anterior à consulta


Em muitos casos, quando a consulta do paciente se aproxima, a ansiedade pode tomar conta dos pensamentos dessa pessoa, gerando uma tensão significativa de relaxamento antes do procedimento, podendo atrapalhar até o sono.


2. Vontade de chorar


Esse é um sintoma comum que o paciente pode desencadear. Isso acontece porque o medo domina a mente e as emoções de uma pessoa que sofre com esse tipo de fobia. O que faz ela não focar em mais nada, somente no pavor de lidar com esta situação específica.


Com isso, no dentista, a sensação de nervosismo pode acarretar na vontade de chorar e, geralmente, o medo se alastra ao ver instrumentos, e até mesmo, o jaleco do dentista, sendo possível haver choro no atendimento.


3. Mal estar físico


Há relatos de pessoas que chegam a desmaiar antes ou durante o atendimento. Alguns possuem medo do próprio dentista, da agulha, até mesmo do cheiro do consultório. É comum que o paciente fique calado, comece a transpirar com pavor de sentir dor e também acreditem que irão passar mal na cadeira do profissional.


4. Dificuldade para respirar


Outro fator que ocorre em muitos consultórios é a falta de ar. Essa situação psicológica habitua a mente a sentir medo só de presenciar o profissional odontológico, ou até mesmo, qualquer ocasião que faça lembrar a cadeira do dentista. Até mesmo se for retratado em um filme!


5. Ataque de pânico


Em casos mais graves, o paciente pode ter ataques de pânico e choros, e até mesmo, gritar durante a consulta. Por conta disso, é cabível ao profissional não continuar o tratamento odontológico e buscar outras maneiras para dar andamento ao procedimento.


Principais causas da odontofobia


Acredita-se que as causas para a odontofobia, na maioria das vezes, ocorrem devido a pessoa ter sofrido um atendimento inadequado em algum consultório odontológico ou presenciando alguma situação que as deixou com medo, causando marcas por toda a vida, como algum trauma de infância. A odontofobia geralmente costuma ser provocada pelos seguintes fatores:


Dor


Os pacientes com fobia de dentista, tem como a principal objeção que seria o medo de sentir algum indício de dor durante o procedimento. Em muitos casos, isso resulta de experiências desagradáveis em que a tecnologia presente no momento, não era tão avançada, como nos dias de hoje. Dessa forma, sem conhecer os novos métodos de atendimento, muitas pessoas se afastaram na tentativa de evitar o pior.


Trauma


Ter presenciado ou ficar sabendo de relatos de pessoas que tiveram a experiência com atendimentos complicados com outros dentistas pode ser um fator desfavorável. Muitas pessoas podem relatar que há um medo de que os instrumentos utilizados pelos dentistas possam causar algum tipo de ferimento em sua boca.


Constrangimento


Pessoas, na qual a saúde bucal não está em boas condições podem se sentir envergonhados de irem ao dentista. Além disso, a necessidade de contato e aproximação do profissional para realizar a avaliação da boca, pode tornar o atendimento constrangedor para muitos.


Como a odontofobia pode causar prejuízos aos pacientes?


O efeito da odontofobia na saúde dos pacientes pode ser muito grande, afinal, para manter os dentes e gengivas saudáveis é preciso aliar uma boa higiene bucal e visitas periódicas ao dentista, o que causa uma grande preocupação em pessoas que sofrem esse tipo de fobia.


A Odontofobia transmite um estado de pânico para o paciente, ou seja, ela é uma doença que atrapalha diretamente na qualidade de vida das pessoas, é um medo tão intenso que pode acabar impedindo de iniciar um tratamento odontológico. Com isso, desencadeia um conjunto de situações graves como doenças bucais, gerando consequências severas para o paciente.


É importante lembrar que, dependendo da infecção, se não tratada, pode levar o paciente a uma condição grave.


Existe tratamento para a odontofobia?


Podemos dizer que a odontofobia é um transtorno mental. Portanto, ela requer ajuda de um especialista. Psicólogos e terapeutas são indicados para o tratamento da doença.


O profissional poderá receitar remédios, dependendo do grau da odontofobia relatada pelo paciente.


Em grandes casos, a odontofobia surge de uma situação ruim ocorrida em um consultório odontológico, por isso, é viável que esta pessoa entenda que uma situação não define todas as outras. Aliás, é crucial entender que grande parte desses procedimentos não causam dor e que se dar uma chance de superar esse estresse emocional pode ser crucial para superar a odontofobia.


Como tratar pessoas com odontofobia no seu consultório?


Um método excepcional de lidar com pessoas com a odontofobia, é um atendimento diferenciado, a fim de criar uma experiência positiva e acabar com esse trauma.


Com isso, o profissional pode trabalhar alguns aspectos para acalmar os pacientes antes mesmo do atendimento no consultório e tentar contornar tal situação. Na sala de espera, procurar criar um ambiente agradável é essencial, como TV, ar-condicionado, decoração harmônica e etc.


Porém, é importante não se limitar apenas ao ambiente do consultório. É mais que necessário ter profissionais capacitados para lidar com a odontofobia e conversar de forma compreensível e tranquila, de maneira que o nervosismo do paciente seja suavizado. Ao manter o paciente calmo, o atendimento tende a ser mais fácil do que sem uma preparação prévia.


Não podemos deixar de lado, que ao abordar esse paciente, sua atitude seja de paciência e empatia. Na hora do atendimento, explicar qual e como será feito o procedimento, falar em um tom delicado e de forma colaborativa, sem soar agressivo. Além disso, evitar mostrar instrumentos odontológicos que possam despertar medo, pode ser fundamental para prosseguir o procedimento.


Existem relatos em que o grau de odontofobia do paciente é muito grave e as técnicas mostradas acima podem não funcionar. Nestes casos, o mais indicado a fazer é conduzir para uma ajuda psicológica profissional e especializada em fobias.


No entanto, é importante prestar atenção em não utilizar termos habituais como “faça terapia”. Desenvolver o assunto de forma compreensiva e utilizar feedbacks positivos de pacientes que você já atendeu pode tornar a experiência menos invasiva.


Uma boa técnica que pode ser utilizada aos pacientes com odontofobia é o termo pergunte-diga-pergunte:

  • Pergunte: interrogue o paciente como ele se sente com relação a frequentar o dentista e sobre qualquer procedimento odontológico que será elaborado.

  • Diga: através de alegações e linguagem cognitiva não-ameaçadora, explique ao paciente como o procedimento será realizado.

  • Pergunte: após o relato acima, questione o paciente se ele entendeu o que foi explicado e como ele se sente a respeito do tratamento que será realizado.

O propósito dessa técnica é classificar o nível de ansiedade do paciente para entender se o atendimento será tranquilo ou pode estimular comportamentos inadequados.


Conclusão

Conforme explicado neste conteúdo, é mais comum encontrar pacientes com odontofobia do que se imagina. Porém, em casos mais extremos, é necessário buscar outras maneiras para ajudar o paciente.


Desde métodos de relaxamento a hipnose ou medicamentos, tudo deve ser avaliado e conversado entre o paciente e seu médico, para que juntos, encontrem um melhor modo de resolver. Não existe medo incurável ou intratável, certamente vocês vão descobrir uma forma de viabilizar o procedimento odontológico.


Com isso, é um trabalho dos profissionais da área identificar o nível de medo desse paciente e empenhar-se para que o atendimento seja o mais tranquilo, leve e o mais agradável possível. Portanto, conduzir os pacientes com a odontofobia é um trabalho a longo prazo, por isso, você deve estar preparado para oferecer qualidade e segurança em qualquer situação.


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