Pré-natal odontológico: melhores práticas para oferecer um atendimento de excelência para gestante

Andriely Lucavei
maio 15, 2025
9 minutos de leitura.
Atendimento ao Paciente
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Pré natal odontológico. Dentista atendendo gestante.
O pré-natal odontológico é essencial para garantir a saúde bucal da gestante e contribuir diretamente para o bem-estar do bebê.

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O pré-natal odontológico é essencial para garantir a saúde bucal da gestante e contribuir diretamente para o bem-estar do bebê. Durante a gravidez, alterações hormonais e comportamentais tornam a mulher mais vulnerável a problemas como gengivite, cáries e doenças periodontais, condições que, se não tratadas, podem levar a complicações sistêmicas.

Ao implementar um protocolo especializado de atendimento a gestantes, clínicas odontológicas passam a atuar de forma preventiva, segura e alinhada às diretrizes do Conselho Federal de Odontologia (CFO) e da Organização Mundial da Saúde (OMS). Além disso, oferecer esse cuidado de forma humanizada fortalece a imagem da clínica como promotora de saúde integral e aumenta a fidelização das pacientes.

Neste artigo, você verá o que é o pré-natal odontológico, suas boas práticas clínicas e como estruturá-lo na sua clínica ou consultório de maneira eficiente e acolhedora.

Boa leitura!

Leia também: Fidelização de clientes: entenda a importância e como aplicar na sua clínica

O que é o pré-natal odontológico?

O pré-natal odontológico é o acompanhamento odontológico sistemático da mulher durante a gestação, com foco na promoção da saúde bucal, prevenção, diagnóstico precoce e tratamento de alterações orais que possam comprometer o bem-estar da gestante e do bebê. 

Esse acompanhamento deve ocorrer de forma integrada ao pré-natal médico, respeitando as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO) e orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Principais objetivos do pré-natal odontológico

O pré-natal odontológico tem como metas:

  • Prevenir doenças bucais comuns na gestação, como gengivite e cárie dentária;
  • Diagnosticar precocemente alterações que podem se agravar ao longo da gravidez;
  • Tratar de forma segura e eficaz essas alterações, sem comprometer a saúde materno-fetal;
  • Educar a gestante quanto à importância da higiene oral e seus reflexos sistêmicos;
  • Proteger a saúde sistêmica do bebê, já que infecções bucais não tratadas podem contribuir para complicações como parto prematuro e baixo peso ao nascer.

Alinhamento entre o pré-natal odontológico e o pré-natal médico

A integração entre dentistas e médicos obstetras é essencial para um cuidado completo e eficiente. 

O alinhamento entre os profissionais de saúde permite:

  • Compartilhar informações relevantes sobre o quadro clínico da gestante;
  • Adequar condutas odontológicas de acordo com o estágio gestacional;
  • Garantir a segurança do uso de medicamentos e procedimentos indicados.

Essa abordagem multiprofissional reforça o compromisso com uma assistência humanizada e centrada na paciente.

Riscos bucais comuns durante a gestação

Durante a gravidez, alterações hormonais, imunológicas e comportamentais tornam as mulheres mais suscetíveis a determinadas condições bucais. 

As mais frequentes incluem:

  • Gengivite gravídica: inflamação gengival intensificada pela elevação dos níveis de estrogênio e progesterona, podendo evoluir para periodontite se não tratada;
  • Doença periodontal: inflamação dos tecidos de suporte dos dentes, associada a risco aumentado de complicações gestacionais;
  • Cáries dentárias: favorecidas pela maior ingestão de alimentos cariogênicos, enjoos frequentes e queda nos cuidados com a higiene oral;
  • Erosões ácidas: decorrentes de vômitos recorrentes, que expõem os dentes ao ácido gástrico;
  • Mobilidade dentária leve: comum em alguns casos devido às alterações hormonais, geralmente transitória.

Essas condições não devem ser vistas como normais ou inevitáveis durante a gravidez. Com acompanhamento odontológico adequado, elas podem ser prevenidas, controladas ou tratadas de forma segura para garantir a saúde da gestante e o desenvolvimento saudável do bebê.

Boas práticas clínicas para um pré-natal odontológico seguro e humanizado

O sucesso do pré-natal odontológico depende diretamente da qualidade da abordagem clínica e do grau de acolhimento que a gestante recebe. 

O atendimento deve ser fundamentado em princípios técnicos seguros, empatia, e comunicação clara, com atenção às particularidades fisiológicas e emocionais de cada fase da gravidez.

Avaliação inicial detalhada

O primeiro passo é uma anamnese aprofundada, com foco especial em:

  • Histórico obstétrico atual e anterior: número de gestações, idade gestacional, intercorrências;
  • Presença de comorbidades: como hipertensão, diabetes gestacional, anemia;
  • Medicações em uso prescritas pelo obstetra;
  • Hábitos alimentares e de higiene bucal;
  • Sintomas bucais referidos: dor, sangramento gengival, sensibilidade, entre outros.

Essas informações permitem personalizar o plano de tratamento e garantir segurança ao longo de toda a gestação.

Abordagem clínica por trimestre gestacional

1º trimestre (1 a 12 semanas)

  • Foco: acolhimento, prevenção, orientação.
  • Cuidados: evitar procedimentos invasivos sempre que possível.
  • Ações indicadas: avaliação inicial, profilaxia, orientação sobre higiene e alimentação.
  • Atenção: nessa fase os atendimentos devem ser limitados ao essencial, salvo em situações de urgência.

2º trimestre (13 a 26 semanas)

  • Foco: realização de procedimentos eletivos e preventivos.
  • Vantagem: fase de maior estabilidade hemodinâmica e conforto da gestante.
  • Procedimentos permitidos: restaurações, raspagem periodontal, tratamento de canal, pequenas cirurgias (como exodontias simples), sempre com avaliação criteriosa.

3º trimestre (27 semanas até o parto)

  • Foco: monitoramento e conforto.
  • Cuidados adicionais: evitar longos períodos na cadeira odontológica. Deve-se posicionar a gestante com o tronco levemente elevado e inclinação lateral esquerda para evitar compressão da veia cava inferior.
  • Atenção: priorizar procedimentos de menor duração e reforçar o controle de placa bacteriana.

Procedimentos permitidos durante a gestação

Desde que bem indicados e realizados com técnica adequada, os seguintes procedimentos são considerados seguros:

  • Profilaxia e raspagem periodontal supra e subgengival;
  • Restaurações dentárias;
  • Tratamento endodôntico (canal);
  • Extrações dentárias simples, quando imprescindíveis;
  • Tratamentos de urgência e controle de dor.

Comunicação empática e explicativa

O medo do dentista é amplificado na gestação, muitas vezes por desinformação ou mitos (como a crença de que grávidas não podem receber anestesia ou fazer radiografias). 

Por isso:

  • Explique cada etapa do atendimento de forma clara e tranquila;
  • Use uma linguagem acessível, mas técnica o suficiente para transmitir confiança;
  • Oriente a paciente sobre a importância da saúde bucal na prevenção de complicações como parto prematuro, baixo peso ao nascer e infecções sistêmicas.

Envolvimento da equipe clínica

A excelência no pré-natal odontológico não é responsabilidade apenas do dentista. Envolver toda a equipe da clínica (recepcionistas, auxiliares, técnicos ) em uma cultura de acolhimento e cuidado humanizado é essencial. 

Isso inclui:

  • Atender com empatia desde o agendamento;
  • Garantir um ambiente físico confortável e seguro;
  • Adaptar a linguagem e o tempo da consulta às necessidades da gestante;
  • Estimular o retorno às consultas e o acompanhamento contínuo.

Leia também: Odontologia Humanizada: o conceito de atendimento centrado no paciente

Como estruturar o pré-natal odontológico na sua clínica

Implementar o pré-natal odontológico de forma eficaz na rotina da clínica exige planejamento, protocolos claros, capacitação da equipe e ações de posicionamento estratégico. 

A seguir, você confere um guia prático e completo para estruturar esse serviço com excelência.

1. Desenvolvimento de um protocolo clínico específico para gestantes

O primeiro passo é elaborar um protocolo clínico exclusivo para o atendimento odontológico de gestantes, contemplando:

  • Diretrizes de avaliação inicial com foco em histórico obstétrico e fatores de risco;
  • Condutas indicadas para cada trimestre gestacional;
  • Lista de medicamentos permitidos e contraindicados na gestação;
  • Fluxo de encaminhamentos para situações de urgência ou interconsulta médica;
  • Modelos padronizados de evolução clínica e registro de dados obstétricos relevantes.

Esse protocolo deve ser fundamentado nas diretrizes do CFO, Ministério da Saúde e OMS, e revisado periodicamente à luz das atualizações científicas.

2. Treinamento da equipe

O atendimento humanizado à gestante depende da preparação de toda a equipe, e não apenas do cirurgião-dentista. 

Invista em capacitações que abordem:

  • Linguagem adequada: orientar a paciente com empatia e clareza, desmistificando mitos com base científica;
  • Atenção ao posicionamento físico: saber adaptar a cadeira odontológica para conforto e segurança da gestante, especialmente no terceiro trimestre;
  • Sensibilidade psicológica: identificar sinais de ansiedade, medo ou insegurança, e acolher a paciente de forma respeitosa e tranquilizadora.

A equipe da recepção também deve estar instruída para acolher e orientar gestantes desde o primeiro contato.

3. Materiais de apoio à educação em saúde

Disponibilize materiais educativos impressos ou digitais, como:

  • Folders com dicas de higiene bucal na gestação;
  • Cartilhas sobre alimentação saudável e cuidados com o bebê;
  • QR codes em áreas de espera com links para vídeos informativos ou conteúdos do blog da clínica.

Esses materiais reforçam o papel da clínica como promotora de saúde e auxiliam na adesão ao tratamento.

4. Integração com outros profissionais da saúde

A integração entre dentistas, obstetras e demais profissionais do cuidado pré-natal fortalece o atendimento multiprofissional. 

Para isso:

  • Estabeleça contato direto com ginecologistas e obstetras da região;
  • Crie modelos de cartas de encaminhamento com histórico odontológico e condutas realizadas;
  • Mantenha canais de comunicação abertos para troca de informações clínicas, respeitando o sigilo e o consentimento da paciente.

Essa parceria gera confiança e contribui para melhores desfechos materno-infantis.

5. Posicionamento estratégico da clínica

A comunicação sobre o pré-natal odontológico deve ser educativa e institucional, evitando apelos promocionais. 

Boas práticas incluem:

  • Publicações educativas em redes sociais: com temas como “A importância do pré-natal odontológico” ou “Mitos e verdades sobre dentista na gestação”;
  • Vídeos curtos com profissionais da clínica explicando cuidados específicos;
  • Depoimentos reais de pacientes gestantes, compartilhando suas experiências positivas de atendimento;
  • Sinalização interna na clínica, com pôsteres e materiais visuais destacando que gestantes são bem-vindas e que há protocolo especializado;
  • Abordagem ativa na recepção e triagem: identifique pacientes grávidas e ofereça acompanhamento específico.

Esse posicionamento aproxima a clínica da comunidade e promove conscientização sobre a importância do cuidado bucal na gestação.

6. Benefícios institucionais do pré-natal odontológico

Além de representar um cuidado ético e necessário com a saúde da mulher, oferecer um serviço estruturado de pré-natal odontológico traz ganhos importantes para a clínica:

  • Fortalecimento da imagem institucional como referência em saúde integral da mulher;
  • Diferenciação competitiva no mercado, por oferecer um protocolo especializado e humanizado;
  • Aumento da fidelização de pacientes, que tendem a retornar após o parto para cuidados contínuos e para acompanhamento dos filhos;
  • Ampliação das indicações boca a boca, pois gestantes bem atendidas tornam-se promotoras espontâneas do serviço.

Leia também: Entregar além do esperado: como a odontologia moderna impacta no atendimento ao paciente

Conclusão

O pré-natal odontológico é uma prática indispensável para garantir a saúde bucal da gestante e o desenvolvimento saudável do bebê. Implementar esse tipo de atendimento na sua clínica ou consultório contribui para a prevenção de complicações, promove um cuidado mais humanizado e fortalece o vínculo entre profissional e paciente. 

Além disso, posiciona sua marca como referência em saúde integral da mulher, gerando mais confiança e fidelização.

E se você já é dono de clínica ou consultório, é fundamental contar com um software odontológico completo para organizar e otimizar sua rotina, desde o agendamento até o acompanhamento dos atendimentos. 

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Andriely Lucavei

Redatora com foco em criação de conteúdo para blogs e redes sociais. Apaixonada por transformar ideias em textos que conectam marcas e pessoas de forma criativa e estratégica.

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