Impacto do vape na saúde bucal: Guia essencial para profissionais da odontologia

Renan Lucas
maio 14, 2025
7 minutos de leitura.
Atendimento ao Paciente
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Dentista atendendo paciente com foco nos riscos do vape na odontologia
O uso do vape na odontologia já impacta a rotina clínica, e exige atenção redobrada do cirurgião-dentista.

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Seu paciente não fuma, mas está com a gengiva inflamada, sente sensibilidade nos dentes e apresenta lesões recorrentes na mucosa? Talvez o problema esteja no vape, um hábito cada vez mais comum, mas ainda pouco discutido nos consultórios odontológicos.

Com a fama de ser “mais seguro que o cigarro”, o cigarro eletrônico conquistou muitos usuários, inclusive aqueles sem histórico prévio de tabagismo. E é aí que surge um alerta importante: o vape na odontologia já é uma realidade clínica que precisa ser levada a sério.

Uma pesquisa publicada no Journal of the American Dental Association, em novembro de 2022, apontou uma relação direta entre o uso do vape e o aumento de doenças gengivais, além de danos ao esmalte dentário. E o mais preocupante: muitos profissionais ainda não conseguem identificar esses sinais precocemente nem orientar seus pacientes com segurança.

Falar sobre o vape na odontologia vai muito além de seguir uma tendência, é reconhecer uma demanda crescente, real e, muitas vezes, invisível aos olhos de quem não está atualizado.

Neste blog, você vai entender de forma clara e científica como o vape na odontologia impacta a saúde bucal dos seus pacientes, o que observar durante as consultas e como abordar esse tema com responsabilidade e embasamento técnico.

Leia também: Patologia bucal: como dentistas podem se preparar para casos complexos.

Boa leitura! 

O que é o vape e por que se tornou tão comum?

À primeira vista, o vape parece inofensivo: é pequeno, tem cheiro doce e um visual moderno. Mas, na prática, trata-se apenas de uma nova versão de um velho problema, o vício em nicotina.

O vape (ou cigarro eletrônico) funciona com uma bateria que aquece um líquido e o transforma em vapor. Esse líquido geralmente contém nicotina, glicerina, propilenoglicol e aromatizantes. Ou seja: o paciente inala uma mistura química que simula o ato de fumar, mas sem a fumaça do tabaco.

E aqui está o ponto central: por não envolver combustão, o vape é vendido como uma alternativa “mais saudável” ao cigarro convencional. Só que, na dia a dia do dentista, essa ideia não se sustenta. O vapor também contém substâncias tóxicas e inflamatórias, que afetam diretamente a mucosa bucal e podem causar prejuízos a longo prazo.

Por isso, entender sobre o vape na odontologia é essencial. Mesmo sem o cheiro forte do cigarro, ele pode provocar gengivite, retrações gengivais, aftas recorrentes e sensibilidade dental, sinais que, muitas vezes, passam despercebidos na rotina do consultório.

Outro fator que explica a popularidade do vape é o marketing agressivo: sabores adocicados, embalagens discretas e um apelo visual voltado principalmente aos jovens. Isso fez com que o hábito se espalhasse inclusive entre pessoas que nunca haviam fumado. E, muitas vezes, o paciente nem se considera fumante, o que torna o diagnóstico ainda mais desafiador.

Esse é um ponto-chave do vape na odontologia: o risco vem disfarçado. O paciente não percebe o dano, e o profissional pode acabar tratando apenas os sintomas, sem identificar a causa real do problema.

Reconhecer esse novo comportamento de risco é o primeiro passo para uma odontologia preventiva de verdade, atualizada, proativa e preparada para lidar com o que já está acontecendo nos consultórios.

Principais impactos do vape na saúde bucal

Os efeitos do vape na odontologia já vêm sendo confirmados por estudos recentes, e os resultados acendem um sinal de alerta para quem atua no consultório

Um dos impactos mais recorrentes é a redução do fluxo salivar. A combinação de nicotina e propilenoglicol presente nos líquidos do vape favorece a xerostomia (boca seca), comprometendo uma das principais defesas naturais da cavidade oral. E quando a saliva diminui, os problemas começam a surgir: cárie, mau hálito, infecções fúngicas e desgaste ácido tornam-se mais frequentes.

Outro ponto crítico no contexto do vape na odontologia é o desequilíbrio do microbioma oral. O vapor altera a flora bacteriana da boca, criando um ambiente propício para micro-organismos patogênicos. O resultado? Inflamações crônicas que podem evoluir para gengivite, periodontite e até perda óssea, mesmo em pacientes jovens e sem histórico prévio de doenças bucais.

Uma pesquisa publicada na revista iScience reforça essa preocupação: 42,5% dos usuários de vape apresentaram sinais de doença periodontal, contra 28,2% dos não fumantes. Ou seja, embora o risco seja inferior ao do cigarro tradicional, ele ainda é significativo e precisa ser levado a sério.

Além disso, lesões na mucosa, como úlceras, descamações e estomatites, já são observadas com maior frequência em usuários. Essas alterações podem estar associadas à toxicidade dos aromatizantes e demais substâncias químicas presentes nos líquidos. Alguns estudos, inclusive, sugerem um possível aumento no risco de câncer, o que reforça a importância do monitoramento contínuo.

Outro fator preocupante ligado ao uso do vape na odontologia é a cicatrização prejudicada. A nicotina reduz a vascularização dos tecidos, dificultando a regeneração e elevando os riscos em procedimentos cirúrgicos e implantares.

Para o cirurgião-dentista, isso significa uma coisa: é essencial monitorar de perto os pacientes que utilizam vape, adaptar os protocolos clínicos e intensificar as estratégias de prevenção. Ignorar o uso do cigarro eletrônico é fechar os olhos para um fator que pode comprometer o sucesso dos seus tratamentos.

Leia também: Odontologia Humanizada: o conceito de atendimento centrado no paciente.

O papel do dentista na prevenção e na saúde integral do paciente

Entender os danos do vape na odontologia não é suficiente, é preciso agir antes que eles apareçam. E tudo começa na anamnese.

Muitos dentistas ainda não incluem o uso de vape nas perguntas durante o atendimento. Mas esse passo, simples e direto, pode mudar toda a conduta clínica. Diferente do cigarro convencional, o vape não deixa cheiro, não mancha os dentes e, por isso, muitas vezes passa despercebido. O paciente, inclusive, pode usá-lo sem se considerar um “fumante”.

É aí que entra a importância da escuta ativa e de um diálogo claro, empático e baseado em evidências. O dentista deve explicar, com segurança científica, os riscos reais do vape na saúde bucal, deixando claro que não se trata de uma alternativa inofensiva, mas sim de um fator de risco crescente que exige atenção.

Além disso, é fundamental observar os sinais clínicos que o vape pode provocar: gengivite persistente, queixas constantes de boca seca, halitose sem causa definida, lesões na mucosa e cicatrização mais lenta após procedimentos. Quando somados, esses sintomas funcionam como um alerta de que algo precisa ser investigado mais a fundo.

Falar sobre o vape na odontologia também é uma forma de ampliar o cuidado com a saúde integral do paciente. Isso inclui orientar, prevenir e construir uma relação de confiança duradoura. E tudo pode começar com ações simples: cartazes informativos na recepção, folhetos explicativos, vídeos curtos e, principalmente, o treinamento da equipe para garantir uma comunicação alinhada em toda a clínica.

Mesmo que a ciência ainda esteja desvendando todos os efeitos do vape na odontologia, os sinais clínicos já estão presentes. Ignorar esse cenário é abrir mão de um atendimento mais atual, preventivo e responsável.

Leia também: Itens essenciais na hora de montar o kit de higiene bucal do seu paciente.

Conclusão

O uso do cigarro eletrônico não é uma moda passageira, mas sim, um hábito que já faz parte da rotina de muitos pacientes. E quando falamos em vape na odontologia, estamos falando de um novo desafio clínico que exige atualização, atenção e preparo.

Para o dentista, não basta esperar os danos aparecerem. A prevenção precisa começar cedo, na anamnese, escuta qualificada, olhar atento aos primeiros sinais e, acima de tudo, na forma como essas informações são organizadas e aplicadas no dia a dia do consultório.

É nesse ponto que a tecnologia se torna uma aliada estratégica. Com o software odontológico Clinicorp, você personaliza sua anamnese digital, inclui campos específicos sobre o uso de vape, registra tudo direto no prontuário eletrônico e acompanha a evolução do paciente de forma segura, padronizada e centralizada.

Além de agilizar o atendimento, isso fortalece sua atuação preventiva e mostra que a sua clínica está preparada para lidar com os impactos do vape na odontologia com ética, precisão e base científica.

Se você busca mais controle sobre a jornada do paciente e quer protocolos realmente atualizados, fale com a nossa equipe.

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Renan Lucas

Redator e copywriter na Clinicorp, especializado em criar conteúdos estratégicos para blogs, redes sociais e roteiros de vídeo. Com experiência em SEO e e-mail marketing, desenvolve textos que conectam e geram resultados para o público. Atualmente cursa Marketing Digital.

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